É QUANDO...
É, quando o sol vai se deitar
E apagar o seu folguedo
Conclui o dia seu enredo
Com nuvens vai o céu sambar...
Se não há nuvens pelo ar
O azul se tornará segredo
Escurecendo num brinquedo
De lua com o seu luar...
E a tarde canta e dorme cedo
Com seu silêncio milenar...
É, quando surge a rainha
À escuridão com seu gingado
Com amarelo apagado
Acende a prata de noitinha...
Mas ela nunca vem sozinha
Atrás um véu vem estrelado
Que a madrugada tem cantado
Aos versos de uma criancinha...
De samba só no pé levado
Até o amanhecer na vinha...
Vem desfilando outra manhã
Com sua chama nababesca
E vai gingando arabesca
No horizonte em linha sã...
Assim o dia num elã
Com sua brisa sempre fresca
E a comissão carnavalesca
Quem sobreviverá amanhã...
De samba na manhã de sexta...
Com cafezinho e hortelã
Ao fim da festa romanesca...
Autor: André Luiz Pinheiro
07/02/2018