Nada de Excesso de Risos
Sob as minhas lentes!
Mandei o sorriso embora,
Ah, formávamos um falso dueto!
Abri a porte decidida,
E o arremessei pra fora,
Mas não estou triste por isso.
Ao menos não estou triste, agora!
Nem ficarei triste amanhã.
Aquele manifesto exagerado de som
se assemelhava, a meu ver, ao curtiço.
Em sua presença eu me
entediava, eu sofria.
Na companhia dele tantos se encontravam.
Mas, eu não! Eu me perdia.
E sei que quando em silêncio
no divã estiver, não terei que
suportar aquele vago surto de euforia.
Escolhi o silêncio produtivo do gueto,
ao eco aterrorizante que me enlouquecia.
Deixe que apenas o silêncio,
Nos dias quentes, nas noites
frias, me console!
Que me ensurdeça ou me
açoite em agonia.
Mas não há chance
de tal dueto se repetir,
Pois tão desprezível parceria
com quem flertava!
Me atraía, me traia de relance.
Me roubava o pouco que
restava de alegria.
Agora sim, sei o que é felicidade!
E não tem nada a ver
com a expressão labial,
de movimentos bruscos
e sem sentido.
O sorriso é tolo, caracteriza a mente vazia.
Daquele que sorri de,
e, por qualquer coisa,
fútil e evasiva do dia a dia.
Me deleito desde a despedida,
debruçada nos braços
acolhedores do silêncio,
Que, com qualidade não me deixa só
e me faz a todo instante, companhia.