MANHÃ DE DOMINGO

Manhã de domingo, tão calma,

Sem voz de viva alma

A quebrar a magia

Da melodia:

-Som dum piano,

A chama

Que minha alma inflama.

Afugentei para bem longe

Pensamentos circundantes,

E qual bom e piedoso monge,

Não há em mim neste momento

Pensamento,

Que não possa contar a um santo.

Doce quietude, manhã silente,

Até a chuva que lá fora cai

Desce mansinho, docemente,

Para não quebrar o encantamento

De tão sublime momento.

Ah! Que bom seria

Poder sentir sempre a beleza

Das coisas simples da natureza;

Poder amar, sempre,

Toda a criatura, toda a gente...

Fazer do pensamento

O instrumento,

Para sonhar;

Posto que o sonho

Não precisa ter asas para poder voar.

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 29/01/2018
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