O céu em seus olhos (belamente transcendente)

(Dedicado à B. R., R.)

Foi uma sutileza momentânea, um relance repentino de eternidade.

A mim, me pareceu algo totalmente novo ser saudado com tanta beleza

num olhar seu, refletido pelo Sol que acabara de nascer.

Lado a lado estávamos sentados mas... quem diria que sentaria do lado [certo para me virar para você e ver sua face beijada pelo Sol?

Naquele singelo momento de glória: vi o céu em seus olhos.

Um céu sereno, belo, transcendente a todo meu exercício de [conceitualidade,

demonstrando minha pequenez e trazendo à tona, para perto,

aquela beleza feminina da qual - pensara eu - veio a desvanecer.

Uma beleza que não leva em conta somente condições, formas ou cores,

mas o ser feminino completo, a mulher criada por Deus que dá a certeza:

"Deus existe e tanta beleza só pode ser explicada por Ele, com louvores"!

Lado a lado estávamos sentados mas... quem diria que sentaria do lado [certo para me virar para você e ver sua face beijada pelo Sol?

Naquele singelo momento de glória: vi o céu em seus olhos.

Mas me encontrava ao seu lado e vê-la não era alguma novidade!

Sim, não era. Passou a ser, porém, naquele breve instante

onde a luz do Sol estava sobre você - a existência de Deus obteve seu [melhor argumento.

A mim, não resta dúvida que foi algo tão intenso e majestoso.

A ponto de contar as horas, para estar contigo numa manhã ensolarada,

novamente. Embora o dia anoiteça, meu coração está em um dia claro.

Naquele singelo momento de glória: vi o céu em seus olhos.

Fecho meus olhos e vejo claramente seu rosto, e aquele pulsante

momento onde o céu percebeu a transcendente realidade

que nem nuvens poderiam conter: o brilho azul de seu olhar preclaro.

Resoluto, meu coração descansou. Prosseguindo tão ansioso

de momentos tão belos, eu vejo agora pássaros em revoada

no reflexo da sua íris celestial, meu particular firmamento.

Lado a lado estávamos sentados mas... quem diria que sentaria do lado [certo para me virar para você e ver sua face beijada pelo Sol?

Naquele singelo momento de glória: vi o céu em seus olhos.

E... enquanto meu coração aquece pela memória desse momento,

serão contigo os meus cânticos mais profundos, talvez?

Oh, não surja a cruel dúvida! Nem caia eu em insensatez!

Porque o céu que sua íris carrega, confesso: virou meu secreto [sacramento.

Porque, naquele singelo momento de glória: vi o céu... em seus olhos.

[Manhã de Domingo em Santa Maria/RS, 15.10.2017]