VENTOS
(Sócrates Di Lima)
Paira por onde planam as aves dos céus,
Os ventos nobres do Norte,
E os fazem brisas e içam véus,
O frescor noturno da sorte.
Volvo a face ao luar poente,
para receber suas caricias,
Como mãos de um amor nascente,
Suaves toques de malicias.
E murmuram os lábios num tremor de saudade,
Carentes dos beijos de um amor passado,
Lua presente olhando com ansiedade,
Remetendo aos idos de um desejo realizado.
AH! Que os ventos jamais cessem,
Nem deixem de trazer vontades.,
Nem se sucumbem, nem perecem...
No ämado da mais sutil saudade.
Ventos que em meu corpo façam atalhos,,
E os meus cabelos alvorocem,
No branco prata em tons grisalhos,
Que sua saudade em mim nunca cessem.
E assim, chamo de vento esta minha saudade,
De um amor em versos que a exalta,
Desejos havidos com tanta voracidade,
Que hoje meu corpo sente sua falta.