UMA CASA DE SAPÊ
Era uma simples casinha
Em que o material usado era o sapê
E quem lá pousasse os pés no chão
Sentia o coração pulsar de emoção
Haviam cobertores
Todos muito finos
Onde pulgas faziam morada
Não se lastimava – era feliz!
Na porta ao lado dormia Felicidade
Que tinha na pele
O cheiro de alfazema
Pela casa inteira o cheiro de café fresco
Ela mastigava algo
Numa boca risonha desdentada
Por isto tinha um sorriso frouxo
O seu mundo era ali
Foi ali que construiu sonhos para a vida inteira
E quando deixou de ser menino meninou-se
Para voltar a morar dentro daquela casinha
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14.10.17