Discrição

Ó, como sei de tua admirável discrição.
O quão és bela por tua postura e respeito!
Se não me disseste nem sim, nem não,
Vi apenas outra virtude em tão nobre jeito.

Entenda-me, permita-me assim, escrever-te,
E ir compreendendo com zelo tais vicissitudes.
Perdoa-me, porém, se depois de um breve flerte,
Imaginar-me com chance para alguma atitude.

Escrever-te elogioso, seria arte equivocada?
Não. Porque me basta encontrar-te por um segundo,
Que meus escritos tornam-se o tudo de um nada,
Apenas versos de amor como arte do meu mundo.

Compreendes, pois, criatura, tamanho significado?
É que para pobres poetas, nenhuma palavra é vã.
Mas um dia, se quiseres consultar tal legado,
Acredite: estarás diante de teu maior fã.
Luciano Abreu
Enviado por Luciano Abreu em 09/10/2017
Código do texto: T6137293
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