MINHA FILHA...

Um dia hei de ver-te vacilante,

a engatinhar pela casa afora...

Mais tarde, te verei triunfante;

já em pé, sem o temor de outrora!...

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Depois, hei de ouvir-te, comovido,

balbuciar algo que sai e não sai;

um som mais ou menos parecido

com o nome de MAMÃE e PAPAI!...

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E mais e mais te verei crescida;

linda figura de mimosa flor!...

Correndo campos, desfrutando a vida;

sem conhecer nem pranto, nem dor!...

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E mais e mais crescida te verei;

numa linda moça tu te tornarás!...

E junto à tua mãe, saudades sentirei

da menininha que ficou lá atrás!...

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Hás de crescer, hás de ser bela e amada!...

Hás de sentir vontade de amar!...

Chegarás a nós então, desesperada;

sentido dores sem saber explicar!...

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Mas, tudo isto, há de se acabar:

encontrarás o teu par ideal!...

E um dia te verei indo ao altar;

ao melodioso som de marcha nupcial!...

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Minha filha, minha filha querida;

são tolos, meus sonhos para o teu porvir;

pois, ainda és recém nascida,

inocente flor no berço a dormir!...

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Eu assim, sonho tão alto, mas na verdade

eu te prefiro assim, tão inocente;

pois, ainda não tens orgulho e vaidade

no coração que pulsa docemente!...

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Um dia esses tolos sonhos se profetizarão;

porém, o que mais deseja, meu coração paterno,

é que tenhas (te deseja o meu paterno coração)

UM MUNDO DE FELICIDADES, ETERNO!...

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(GERALDO COELHO ZACARIAS)