Caatinga

Casa relampeja, lama, rio.

Quantos atropelos pelo caminho

Sol sereno que lumia o terreiro

De cactos secos que dá dó

Folhas a murchar que não dão uma caneca de chá

Casa caiada, caída no pé da escada.

Caatinga seca

Poeira solta ao vento

Pingo d’água que cai

Esperança a surgir

No mundo sereno sem ter cara de veneno

Começar a emergir

Num fardo verdejante que se alastra no instante

Começar a colorir

O caminho do rio até a beira da estrada

Aí se pode ouvir o canto da passarada

Com seus acordes musicais

Dando ao tempo com tanto contentamento

Que faz a caatinga sorrir...