AVENTUREIRA
Eu sei lá com quantos paus
O sábio fez a canoa...
Eu só sei que numa boa
Eu navego nestas naus...
E viajo os setes mares
As ilhas todas da vida
O meu sangue é de bandida
Minha sina aventureira...
Pra dor já achei a cura
Para o sono o travesseiro
E até um companheiro
Bem parceiro pra loucura...
Não! Não posso reclamar...
Até que a sorte é beleza,
E usando da franqueza
Recolho o melhor que há...
Ah, moreno venha cá...
Esquece o mais, dá bandeira!
Balançando esta peneira
Segura a colher de chá...
O meu amor sem frescura
O meu beijo de amora
Não demora vem agora
Que eu quero te namorar...
Depois esquece de tudo...
Cada hora o recomeço.
Felicidade tem preço,
Mas a gente vai roubar...
Piratear a alegria
Zombar do existir tão cético
Rimar ético e patético
E por fim fazer poesia!
Ana Maria Gazzaneo