Doce vagabundo

Encanto o encanto

como um faquir treloso

que amolece os pregos

e alcolchoa a tábua

para se deitar

e fazer poemas,

encantando pesadelos,

forrando estrelas

e sem ser um forasteiro,

sempre a viajar.

Encanto o encanto

e olho o que não vejo

e atendem-me mil e dois desejos

e estou sempre a sonhar.

E por fim, já encantado,

fico com o mundo

e sem ser um vagabundo,

sorrindo a vagabundar.