Essa Tal Felicidade

A subjetividade da felicidade é tão delicada

Às vezes é encontrada no silêncio da madrugada

Quando à mínima passada ela range feito tábua de escada desgastada

E pode se esconder na partitura da sonata inacabada

Igualmente está em cenas simples e serenas

No contemplar do mar, no catar de conchas grandes ou pequenas

Ou no sentir a maresia e no ato de respirar apenas

De ter amizade, de poder cochilar sem nada que nos abale ou prenda

O que importa é não deixá-la escapar entre os dedos

E não descansar enquanto não liberar todos os medos

Ela não avisa quando chega, pisa leve, tem segredos

Então apronte-se desde já pois é certo que ela vem, tarde ou cedo...