Eram feridas

Eram muitas as feridas

Plantadas pela vida

No meu corpo

Eram doloridas e sangravam

Irradiavam veneno

Dentro de mim

Nunca conseguia libertar-me delas

Quanto mais eu tentava

Mais me intoxicava

Com o veneno delas

Até que um dia eu entendi

Que se estavam ali

Foram plantadas por mim

Meu corpo era um terreno frágil

Muito acidentado

Sempre culpando o outro

Por não ser tão adubado

Quando o jardineiro era eu

Que escolhia o que plantar

Naquele jardim que tinha

Aqui dentro de mim

Então resolvi mudar

E busquei primeiro amar

Para depois então plantar

Rosas no meu jardim

E elas brotaram tão fortes

Coloridas e perfumadas

Quem conseguiram assim

Cicatrizar as feridas

Quem sangravam no meu jardim...

E hoje o ramalhete

Que enfeita meu coração

São as rosas que carrego

Todas plantadas por mim

MARIA CÉLIA PINHO

Célia (MALINE)
Enviado por Célia (MALINE) em 29/09/2016
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