O INFINITO
Meu coração, esse...
Sofre de imensidão,
E ainda que peles,
Por onde carnes,
Em sangues, pulsões,
Queiram ganhar o mundo,
Ainda sim, o imenso vazio
Por onde o pensamento voa,
Este sim, inteira-me,
Ah palavras! A fechar-me
Os olhos, soltar-me o corpo,
Meio que pássaro, aos céus,
Luas, estrelas, sóis, ventos
Ao dia, noite, nesse
Tanto faz de um corpo
Ao infinito, feliz, solto...
E assim como embala, meu coração.
Desembrulha-o: presente,
Aos seus olhos, esses,
Tão leitores de poesia.
Ao cartão: de meu infinito, a
Uns olhos, tão perdidos de mar.