Rascunho

Tenho nas mãos a folha amarelada,

Permeada de forte sentimento,

Que dentro de um livro foi deixada,

Esquecida, até esse momento.

Leio o rascunho de versos, escritos

Numa noite qualquer, nem lembro quando,

Que soam qual silenciosos gritos

De quem tinha o coração sangrando...

Vejo naquela folha de rascunho

O que eu escrevi, de próprio punho,

Num tempo infeliz vivido outrora.

Já não reconheço a autoria

Dos lamentos que a dor me impingia;

Tudo é muito diferente agora!

Hoje, minh'alma canta de euforia,

Já nem lembro o muito que sofri,

De quem me fez sofrer, eu esqueci,

Perdi tempo demais sendo infeliz!

Rasgo os versos carregados de dor,

E jogo as tristes lembranças fora...

Hoje, escrevo poemas de amor;

A alegria é a força motriz

Responsável por eu viver agora

Ocupada demais, sendo feliz!

Sonia Villarinho
Enviado por Sonia Villarinho em 31/07/2016
Código do texto: T5715003
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