RECRIAR-SE NA POESIA - Poesia nº 29 do meu terceiro livro "Relevos"

Da minha inocente infância de liberdade,

Roubaram-me a boa parte da felicidade.

Foi uma triste passagem que aconteceu,

Que muito por dentro de mim, lá morreu...!

Já não tinha mais um chão firme para pisar,

E daquela tragédia conseguiria eu me livrar?

Foi quando neste momento muito delicado,

Ouvi bem suave, meu nome ser chamado!

Não tinha forma, apenas senti um leve ar,

E que em minha direção veio a caminhar.

Parou. Falou pra não ter medo ou chorar,

Pois dentro da minha alma ela iria entrar.

Também disse para expor o meu lamento,

Porque ela curaria de mim, tal sofrimento!

Afirmou que há milhares de anos existia,

E que muita gente, disso, ainda não sabia.

Sempre no tempo com a sua voz feminina,

Mesmo velha, é em viços, que nos ensina!

Eu não desconfiava da sua longa idade,

E nem que viveria por toda a eternidade.

Então ela me contou como é que surgiu...

Foi num sonho e que jamais alguém viu!

Criou-se pelos astros das mãos de Deus,

Em que toda escuridão, deu-se o adeus!

Na evolução do universo ali começando,

Era a mentora dos sonhos, comandando!

Disse-me que nasceu de um sonho divino,

Para honrar o bem estar como um destino.

Veio ao mundo para transmitir mensagens,

Entre sinas viventes de nossas passagens.

Disse-me que em ventos se demudou,

Para percorrer a tudo que ele mandou.

Depois de ver o ermo por ali existente,

Queria ser outra coisa, mais diferente...

Virou um redemoinho de terra, muito violento,

Alterou-se num planeta, não era mais o vento.

Não estando feliz, gerou-se em sementes,

Que ao solo, multiplicaram-se de repente...!

Transformou-se em várias flores coloridas,

Criando em nosso mundo muito mais vida.

O vento, agora irmão, para ajudar retornou,

E o pólen das flores no horizonte espalhou...

Grandes jardins em pouco tempo cresceram.

Fizeram-se os mares, florestas arboresceram!

Ainda faltava muita coisa, até demais...

Então ela tomou a forma dos animais.

E para completar toda essa divina criação,

Ela foi gente. A mulher Eva, o homem Adão.

Mas ao morder uma maçã estaria ela errada,

Crendo que seria pra sempre uma condenada?

Enganou-se! Pois na verdade, ela foi é libertada!

Depois, ao mundo ela começou ser revelada,

Ficando em registros do seu milenar passado,

Desde os antigos pergaminhos empoeirados.

E em todo o lugar ela realmente existe,

Mesmo sendo na forma alegre ou triste!

Para mim, um presente por essa descoberta.

Sincera, ela me deixa sempre a porta aberta.

Comecei a viver constantemente do seu lado,

Mostrou o meu talento pra ser compartilhado!

Sem precisar que me referenciem por metas,

Surgi desse amor e sou um, entre os poetas!

E dessa gravidez, nascida das líricas magias,

Renasci mãe e pai, criando minhas poesias!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 19/07/2016
Reeditado em 19/07/2016
Código do texto: T5703070
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