Roma

Quem quiser dormir comigo vai dormir com a cara virada pra parede. Me mata de amor que tenho sede. Apareceu a sede do Congresso e fiquei possesso. Meu processo desceu sozinho a escada e dei de cara com Kafka. E kafunguei adoidado, dei dois um bocado e depois um trocado pro guardador brasileiro. Que aqui não tem aquelas máquinas do estrangeiro. Estrangulei o assassino. Detesto estuprador. No rape, nem rapé, but rope. Aquela corda chamada Teresa. E sou Flamengo. Uma incidência brutal de comiserações supérfluas me levaram à suposição inequívoca de que o amor fosse tudo que pudesse ser encontrado sobre a mesa. Poderia ser um livro. The book’s on the table. Ou um tablete de chiclete. Aquele com que se acaba mastigando a língua. A linguada do amor. A dor que causa aprazer. Agora que você já dormiu, vira a bunda pra mim, e vamos descobrir que o amor pode ser tudo, além de dor. Pode ser até uma cidade.

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 15/07/2016
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