OS DOZE LUSOS DE FRANÇA 07
«Portugal x País de Gales, 2 – 0»
A confiança e a esperança venceram o mito
E o que parecia difícil tornou-se fácil
Pois que toda a ficção se transformou em grácil
Porquanto a esquadra lusa cumpriu o requisito;
A ameaça do dragão não ribombou no grito
E o efeito do seu choque, raramente táctil,
Não permitiu que a chama, ao se tornar volátil,
Chamuscasse sequer o alvo circunscrito.
Eis os DOZE ombreando com a esbelta Eiffel
Abensonhando o palco nobre de Saint Denis,
Nos formosos Elísios da gentil Paris,
E com os olhos fixos no Graal fiel;
E para trás ficou a brigada de S. David,
Que venturosa fora, mas morreu na praia
Quiçá porque não soube estar de atalaia,
Embriagada p´ lo seu perfil de plena lide.
Um néctar de alho-porro talvez merecerão,
Quem sabe na mais larga nave da Catedral
Ao som da música de um órgão magistral,
E um ramo de narcisos sobre o coração.
Alemães ou franceses, quais os contendores?
Que venha a Sorte e escolha, qual será o destino?
O subir da bandeira e o cantar do Hino,
Poderão fazer de nós, quem sabe, os vencedores!
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS