Tropeçando nas palavras
Num tropel helicoidal
Palavras vêm vertiginosas,
às vezes morosas.
A mente repleta delas
buscando uma pérola
que teima em se esconder
Tropeço nelas,
durmo com elas
E ao acordar,
não sei como dizê-las
Leio, releio poemas
Em busca de inspiração
Perco a vontade
Volto à mesmice diária
consternada,
desanimada,
atrapalhada.
E elas... elas me atormentando...
minuto a minuto
num giro sem destino...
E eis que, de repente,
o lápis desliza sobre
o papel branco
E num transe,
num relance
num átimo,
elas nascem
E eu...
Eu me re-faço...
Refeita nesse doce
e cruel angústia
de sempre querer
dizê-las...
Edméa G. Neiva
2/julho/2007