SAUDADE MORENA
(Sócrates Di Lima)
A saudade é uma página escrita,
No nosso mais intimo caderno,
Ela é toda manuscrita,
Como um alinhavar eterno.
A saudade é uma bela adormecida...
Em que um beijo pode despertá-la,
Uma flor serenada amanhecida,
Para que o dia venha acaricia-la.
É como algo esquecido,
No parapeito da janela,
E um rouxinol atrevido,
Vem e desfolha justamente a folha dela.
E hoje você dez isto....
Chegou assim, do tipo, mansinho...
Como se algo estava previsto,
Tinha tanta doçura e uma dose extra de carinho....
Ah! Morena que havia tempos se escondeu,
Eu até a lembrei no dia dezenove,
Mas, escondida não apareceu,
E sua aparição minha alma absolve.
E fez -me muito bem....
Trouxe-me uma dose de frenesi...
Uma alegria também,
Que só eu senti aqui.
E assim,
Uma doce ansiedade sem pena..
Fez-se vibrante dentro de mim,
Despertando esta irreverente saudade Morena.