Os meus amores
Eu ainda era uma criança
E o bem, eu já desejava
A minha mãe tem na lembrança
Que, quando criança, eu chorava.
Chorava por um caderno
Que eu pudesse riscar
Com um sentimento terno
Ela me dava lápis e caderno
Para não me ver chorar.
Eu não me lembro desses momentos
Eu ainda estava na tenra idade
A minha mãe conta sorridente
Esse meu desejo e vontade.
Depois, eu fui crescendo
Com esse amor dentro de mim
Aos poucos, o mundo fui vendo
E a paixão não teve fim.
Apaixonei-me pelos livros
Apaixonei-me pelo conhecimento
Deus me fez apaixonado e livre
Amante do verdadeiro crescimento.
Lembro-me do quanto eu caminhava
Para usufruir o direito de estudar
Literatura de Cordel, longe eu buscava
E jamais vinha a me cansar.
Eu não tinha os livros que tenho hoje
E jamais imaginei que os teria
Os meus livros são meus amores
A minha biblioteca cresce dia a dia.
Sou uma criança diante do conhecimento
É uma criança que eu me sinto
Os meus livros me dão entretenimento
Além do saber, que me faz distinto.
Desde criança que sou apaixonado
Por algo que se chama sabedoria
Agradeço a Deus o meu passado
E o meu contato com a Filosofia.
Agradeço o dom de poetizar
Poetizo a vida e a simpatia
Poetizo o amor e o meu caminhar
Poetizo o arquétipo da alegria.
Poetizo ainda o mistério
O que não consigo desvendar
Poetizo a vida que eu quero
E a Filosofia, que me faz pensar.
Sou poeta do amor
Da vida e da felicidade
Poetizo os livros com ardor
Poetizo a minha sociedade.
Só não poetizo o ódio
Porque não quero doença em mim
Eu sou do amor, e não do ódio
Sou feliz vivendo assim.
Os meus amores, que são os livros
Moram comigo no meu quarto
Eles me fazem um homem livre
Só na morte, deles me aparto.
Mas quero também outro amor
Para comigo caminhar
Acredito no Criador
E na salutífera arte de amar.
Pastos Bons, 21 de julho de 2015.
Domingos Ivan Barbosa