EXISTÊNCIA
Não sei o que somos, se existe um mistério...
Sigo a caminhada, feliz e sereno...
O fim que se der, lá no cemitério,
não diminuiu, da vida, o tempero.
Do que somos feitos, não tenho a receita,
nem explicação, achei, que convença.
Não se pensa a vida, apenas se aceita,
e o que advier de sua pena apensa.
De barro, de fogo, de água e de ar,
Vaso do incomum, de beleza excelsa
é o corpo, enfim, que aqui nos sustenta.
Semeado ao tempo, fustigado ao vento,
com qualquer final, mesmo que à expensa,
no próprio existir, o valor que incensa.