EXISTÊNCIA

Não sei o que somos, se existe um mistério...

Sigo a caminhada, feliz e sereno...

O fim que se der, lá no cemitério,

não diminuiu, da vida, o tempero.

Do que somos feitos, não tenho a receita,

nem explicação, achei, que convença.

Não se pensa a vida, apenas se aceita,

e o que advier de sua pena apensa.

De barro, de fogo, de água e de ar,

Vaso do incomum, de beleza excelsa

é o corpo, enfim, que aqui nos sustenta.

Semeado ao tempo, fustigado ao vento,

com qualquer final, mesmo que à expensa,

no próprio existir, o valor que incensa.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 20/07/2015
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