Momento de Inspiração

É! vou ter que escrever:

As idéias saem quentes como lava

brotam quentes emotivas

inocentes, como gotas de orvalho.

Surgem do nada

das minas escondidas

discretas infindas

do abandono dos olhos

no aconchego das sombras

das folhas em abano.

Qual pulsar de luz de velas

em alento do sono

do sonolento lento que entoa

uma canção de outono.

Brotam,

as idéias agora constam em ata,

não se segura.

São paridas, fervem doídas,

criaturas nascidas

já quase maduras palavras.

São figuras de m`alma

É pura dor de amor

é fixação, ternura

doçura em torpor.

Mas às vezes, também é dor

desejo e compaixão,

é pétala de flor que se feriu,

em pleno curso de cicatrização.

Agora, é quase som que acalma,

não há remédio que cure

ou alguém que segure

essa tal matinada,

é minha mão espalmada,

em busca incerta, redescoberta,

minha cara lavada

no querer do modo, a causa,

sozinho não encontrarei pausa,

não busco a reta de rima

não quero, nunca forço

jamais terei sequer um

sentimento de remorso

de nunca fazer uma obra-prima.

Meu desejo é simples:

de escrever com carinho

lançar mão de minha pena

e escrever, apenas

meu coração de

vulcão determina

José Tadeu Alves
Enviado por José Tadeu Alves em 16/06/2007
Código do texto: T528874
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