Danado

O coração nunca mais voltou ao normal.

Apesar de dilatado,

Vive apertado...

Mas, com um pulso descomunal.

Entendeu que para sobreviver

Precisava crescer.

Estendeu-se, desdobrou-se,

Multiplicou-se,

Acelerou-se.

Das rédeas apoderou-se.

Convocou o apoio da razão

Para sua imprevisível expansão.

Acreditou que assim procedendo

Justificaria meus becos.

Digitalizou no firmamento meus apelos.

O improvável está acontecendo.

Graças à sua consistência,

À prova de qualquer consciência,

O coração segue tocando alto seus tambores,

Espalhando seus ardores,

Sua devoção

Pela percepção.

Sua predileção

Pela afeição.

Ele é meu suporte,

Meu norte,

Minha sorte,

O braço de minha morte.

"Com o coração aberto ao vento"

https://www.youtube.com/watch?v=qZcfBIEND00

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 28/05/2015
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