PEDINDO AJUDA

As vezes penso, em pedir uma ajuda,
quando sinto que minha rima fica muda,
quando vai secando a mina das poesias.
Já não sou nesse tema, nenhum destaque,
passo muito longe do grande Olavo Bilac,
e não sou nem sombra do Gonçaalves Dias.

Como já dizia o poeta Álvarez de Azevedo,
em todas as rimas tem lá sim o seu segredo,
intimidade com elas, tinha tanto o Gonçalves.
As vezes funciona, como uma certa vitamina,
quando leio as lindas poesias de Cora Coralina,
instantes que sinto bem perto de Castro Alves.

Como sempre carrego no meu bolso o rascunho,
e também estou sempre com um lápis no punho,
só não quero fazer como fazia José de Anchieta.
Que tinha dezenas de poesias, prontas na mão,
que falavam sobre sua tão nobre e amada religião,
mas deixava escondidas no fundo de uma gaveta.     
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 22/02/2015
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