CHUVA
(Sócrates Di Lima)
Chuva...
tanto esperada,
Tanto cantada,
Tanto poetada!
Chuva,
Que pode trazer saudade,
Que escorre pelas calçadas,
Enchem os rios,
Traz calor de alma,
E faz o corpo frio.
Chuva que remonta os tempos,
Taz belas lembranças,
De adolescência,
da vida de crianças.
Chuva....
Tem sabor de desejos,
afago de beijos,
Cheiro de distâncias,
amor em abundâncias,
lembrança com singelo ardor,
do primeiro,
ou do último amor.
Chuva serena...
de tarde morena...
No lusco fusco do dia,
que sempre vale a pena,
fazer da chuva poesia.
Se o poeta morre,
ou talvez, o esqueça no peito,
Fica algo dentro que se socorre,
na saudade que não tem jeito.
Chuva....
Fina,
garoa...
chuva menina,
de boa...
de chama
chuva em som de ocarina,
Preguiça,
vontade de cama,
De um...
de dois...
gozando o amor,
sem pudor,
que encaixa no tempo feito luva,
É benção de Deus...
É querência...
tanto esperada,
tão abençoada chuva.