VOO DE BORBOLETA
(Por Aglaure Martins)
Renasço onde morro...
Nas cantigas de ninar [meu renovo];
fio de aço amarrado aos sapatos
feito marionete nas mãos do tempo.
E agora? Canta a esperança?
Sim, pois é cedo, nado no vácuo
e a cada impulso propago
sinapses dos meus pensamentos.
Nos 'girus', vago como vagalume
piscando no escuro, guiando meu mundo
inundado de ilusão.
Me atiro como flecha, como bala de canhão,
voo de borboleta a borboletear no espaço,
foi-se o cansaço, agregou-se a paixão.
E agora? O que resta?
A reta que se revela...
Serena, perene, aberta.
...Porque na pausa desse meu mundo caracolar finalmente voltou a voar a borboleta.
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JP27112014