NAU
(Socrates Di Lima)
Vens de longe
de uma nau perdida,
dirigida
pelos ventos do amor,
vens,
como deusa prometida,
e tens,
o frescor de noites amanhecidas.
Trazes contigo,
O perfume da relva,
Os sonidos das selvas,
na pureza d' alma d' abrigo.
Vens de longe,
de uma naus distante,
Viajante,
d' um amor sonhado,
como sombras,
em mares navegados.
E nas velas dos seus voos,
trazes olhares marejados,
que se soltam em olhos de rochas,
nas encostas dos teus desejos.
Vens dali,
das curvas dos meus olhares,
onde so meu coração,
pode ve-la.
E trazes contigo o semblante,
dardejante,
De uma menina senhora,
Senhora menina,
mulher....
Que de sorrir fascina,
em vozes encantadas.
Vens eo meu encontro,
No cais das minhas esperanças,
n' uma nova aliança,
entre o ontem e o amanhã,
Mulher morena,
feito o olhar das tardes,
de ceu meschado,
no ouro e bronze...
Vens de trazes contigo,
o amor amigo,
que faz-me deleitar,
e entender que o que nunca fostes,
para sempre seras,
vens
em nau de liberdade,
e em mim acora,
com as velas de saudades,
do agora...
E eu deixo-te vir,
entrar,
e fazer-te em mim,
teu porto seguro,
um amor maduro,
que não sera facil de se acabar.
Vens,
Morena,
entra em cena,
Preenche este vazio sem pena,
do amor hora nascido,
maior do que os esquecidos,
em naus que se foram.
Vens,
deixe para tras,
nos botes da vida,
em mares distantes,
os amores vividos,
quando eu não estava la.
Vens,
Com a permissão de Deus,
com tua fe e esperança,
verdades e promessas,
sem pressa
tomar conta do que ja e teu.