Lira dos Trintanos
Enfim, os tão esperados trinta
O que esperar? O que esta idade me pinta?
Um novo capítulo que começa ao nascer do Sol
De um quatro de Julho, mas não encerra no arrebol.
Já banhei de mar em Copacabana, Fortaleza
Luís Correia, cuja mansidão do mar... ah, que beleza!
Já voei, revoei, voei até mesmo nas provas de Química
Que , no meu status quo atual, só serviu pra aprender Tabela Periódica
Já fui radical, já quis ser comunista
Mas nunca, nunquinha fui petista
Neste trem da vida, cada estação, uma conquista
Eu aprendo a cada dia um pouco mais do ser maquinista
Já amei perdidamente, e me perdi nos amores
Já chorei copiosamente, lágrimas e dores
Já sou pai, filho, mas meu espírito selvagem não é santo
Eu gosto é de viver tudo o que posso, e mais um tanto...
Já escrevi poemas de tantas rimas
Tantas foram as musas – meninas
Ainda incomodado com a pequenez de Teresina
Quero é correr mundo, boiar n’alguma piscina
Sou um advogado apaixonado por aviação
Mas , acima de qualquer suspeita, com os pés no chão
Sou o amigo que faz sorrir, quando a vida quer fazer chorar
Mas que chora, num silente e escuro quarto , para ninguém notar
Já dancei o meu querido Rock n’ roll
Até forró ( é, quem nunca o dançou?)
Mas me amarro em Tango, em Chico, em Raul
E como gostei da temperatura que faz lá no Sul.
Que venham mais trinta, mais sessenta
Amigo , vem cá, puxa a cadeira e senta
Que eu estou afim, muito afim de conversar
Que é pra não notar a idade a passar!