Já vais tarde, malvada!
Já vais tarde, malvada!
==================ErdoBastos
Resfriaste minha poesia
Com baldes de água fria
Tirados do rio que corria
Pro mar da minha agonia
E no inverno destes versos
Pensamentos tão perversos
Vão sentindo teus excessos
E se tornando complexos
Ando atrás de claridade
Que as trevas da tua maldade
Embaçaram-me a luminosidade
E ficou só meia-verdade
Meio verso não diz nada
E a poesia é obrigada
E lavar-se em água gelada
Pra morrer, e voltar renovada
E livre da má influência
Desta feia reminiscência
Poetizo com efervescência
Festejando a tua ausência
Já vais tarde, solidão malvada!
Ainda bem que estás acabada
E a poesia, de ti libertada
Atira-me aos braços da minha amada
Cessa a noite e recomeça o dia
Já canta alto de novo a cotovia
Por ter um amor que toda dor alivia
Nos versos do poeta renasceu a alegria