MINHA DOCE VIDA

Não me entendo quando a lua espraia,

Quando as ondas se jogam na praia

Quando o sol desmaia...

Ou quando me pedem que eu saia...

Não me entendo, ao ver sob uma saia

Uma calcinha de renda, uma cambraia

Num quarto de amor...

Quando uma flor

Parece que atrapalha...

Quando as aves cantam lá no galho...

Quando as águas caem na cachoeira...

Quando a aldeã murmura a sós na esteira...

Nessas horas, parece que eu padeço...

Entrego-me todo a qualquer preço...

Não me conheço...

Não sei quem sou,

Nem meu avesso...

Nem se estou no fim ou no começo...

Parece que tudo se esvai,

E não amadureço.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 11/05/2007
Reeditado em 22/08/2007
Código do texto: T483421