MINHA DOCE VIDA
Não me entendo quando a lua espraia,
Quando as ondas se jogam na praia
Quando o sol desmaia...
Ou quando me pedem que eu saia...
Não me entendo, ao ver sob uma saia
Uma calcinha de renda, uma cambraia
Num quarto de amor...
Quando uma flor
Parece que atrapalha...
Quando as aves cantam lá no galho...
Quando as águas caem na cachoeira...
Quando a aldeã murmura a sós na esteira...
Nessas horas, parece que eu padeço...
Entrego-me todo a qualquer preço...
Não me conheço...
Não sei quem sou,
Nem meu avesso...
Nem se estou no fim ou no começo...
Parece que tudo se esvai,
E não amadureço.