Germinação
Do olhar tímido e triste,
Vagueando por entre infindáveis e absolutos devaneios
Surge, ainda que intrincado e sombrio,
Meu desejo de ser semente.
Simples, entrelaçada a segurança de sua casca,
Partilhando o silêncio da terra úmida
E calando gritos.
Quero nascer onde mora a inequívoca felicidade,
Longe do ressoar melancólico da saudade.
Ali, quero ser árvore!
Venerar minhas flores,
Sentir minhas raízes crescendo.
E que meus frutos amadureçam
Onde cessam meus limites,
Sem a posse que tira o encanto.