CANTO DE LIBERDADE

Canto, falo, grito

Estou querendo me ouvir

Sentir bem forte cada batida do coração

Me jogar numa nuvem

Nem que seja pura imaginação

Mas quero me ouvir

Sentir o silêncio da noite

A sussurrar no meu ouvido

Quero escrever versos sem rima, sem estilo

Prosar com o tempo sem dar importância ao exterior

Mas quero me ouvir.

Sentir o néctar da vida

Tendo a liberdade de um pássaro

Sem amarras, livre de agendas.

Quero me ouvir

Ver aquela estrela cadente sobrevoando o céu azul

Dormir um sono tranquilo sem expectativa de fazeres do amanhã

Quero me ouvir

Cavalgar em pensamentos esperançosos

Desviar-me das obscuridades

Quero a liberdade

Quero me ouvir.

Margarida Cabral