“Escolhi a coragem.”
Atingi a minha marca.
Saboreio a ser mulher.
Um momento bem vivido,
Sem inferno atravessar.
Reinvento a tornar
Mais suave o meu caminho.
Com leveza exercito
O meu universo feminino.
Comemoro a ser mulher,
Num vazio adormecido
Tão pequena me aninho,
Na areia sagrada, do rio.
Tudo hoje é diferente
Quando no espelho me vejo.
Minhas mãos adormecidas
Frágeis, atravessadas no abismo.
Comecei uma vida nova,
Com nó na garganta.
Curva a tarde na janela.
No murmúrio eu me acho.
Hoje escolhi a coragem,
Como exemplo a me guiar,
Num desfecho a traduzir,
No meu corpo, e no jeito de pensar.
Imagino e até espero,
Minha vida aproveitar,
De um forma diferente,
Eu vou ver no que vai dar.
A vaidade me consome,
É problema que não tem cura,
Dez x mais força e brilho,
Mais feliz hoje e sempre.
Minhas rugas hoje vejo,
No espelho a me julgar,
Desafiam os meus dias,
A fazer-se aprofundar.
O processo é divertido,
Estou bem melhor do que antes,
Sigo rindo o meu caminho,
A ser uma mulher provocante.
Minha escrita assim se vai,
Divertida e sozinha.
Passo a passo me despeço.
Como se faz na despedida.
NEIRE LUIZA COUTO 04/08/013