ESCRITOS DE UMA CIDADE URBANA
PARA A ETERNIDADE
1. Nos altos e baixos do clássico cotidiano.
Em vários e um idioma raiz,
nasce uma cidade perto e longe
de mim e de ti.
2. No embarque de ambas - as distâncias
abraçam-se nas folhas das palmeiras, das amendoeiras...
A cidade cruza cabelos e dedos do farol vermelho.
3. No início o baseamento da cidade, tem:
As linhas e o capacete do labirinto.
4. A cidade começa a ser erguida.
Ela disse:
a partir do princípio – as esporas,
os cavalos, os estandartes...
Tudo começa tudo costuma uivar,
quando surge a cidade.
5. De repente as fronteiras semeadas,
vivem lado a lado das árvores, das avenidas,
das galerias, dos ouvidos das gaivotas...
Os espaços começam a tracejarem as ruas.
Que consentem:
O mar inocente, as flores dos corais.
Além, sopro da ilimitada ternura que a abraça.
6. As maquinarias de fazer o cimento.
No mar regenerado constroem pontes e viadutos.
Incluirão sirenes que
abrirão crateras e depois concluirão,
juntos - Águias que sobrevoarão,
as páginas do cotidiano.
7. Os rastros dos faróis
e as travessias das multidões
aglomeram-se nas alamedas
e descobrem, os campos metralhados
pelos seculares esporões dos gaviões .
8. Algum compositor conserva-se
em sentido de alerta:
compõe certos rendimentos de abismos.
Ele disse:
Quem compõe nunca se sente sozinho.
Eu sou poeta, eu sou compositor...
Mas tenho pavor do tempo ditador.
9. Maravilha: Os pés dos aviões tocam
Os peixes, os búzios, os cavalos-marinhos...
no túnel noturno em seus presságios.
10. Na avenida pela calçada -
dois pequenos luminares:
Eles dizem:
Esperamos o tempo
e após o tempo,
a eternidade...
Esperam encontrar,
a bengala e os punhos implacáveis da vida,
como quem imerge no profundo
regato abandonado pelos mares.
11. Engenheiros e arquitetos importados.
Arames metafísicos de uma construção.
Imprimem suas iniciais em bronzes.
Choques de lâmpadas,
Contraturas e telefones,
seguidos de acomodações para heróis.
Um ouvido enorme se arregala
nas veias dos motoristas de ônibus.
É nesse momento que,
imigrantes, sugerem as obras Niemeyer.
12. Imediatos espaços sombrios.
Incluso, aeroportos talados,
geram trombones e túnicas e estátuas...
13. As pálpebras do conhecimento
traçam artifícios.
Elas dizem:
Nenhuma pessoa alçará voo
por sobre a cidade nem
atravessará os bairros iluminados por duas luas.
As crianças brincam de roda,
dançam e cantam no terreiro ao lado.
14. Aparência é um vocábulo dotado de vaidade...
Debruada de esplendor,
a casa tem campainha de cristal
e bicicleta moderna.
15. No caminho, onde não há vento algum,
a carruagem transporta:
A forma humana,
a lamparina,
o crucifixo.
No cerne, em sua expansão – Presságios.
16. Versar coragem,
ruminar elocuções
levar as migalhas dos brotos das fadas,
para o dia seguinte...
17. A fronteira tem
em seu dorso a Rosa dos ventos...
E pergunta: - de onde vem eternidade?
pois está cansada de gritar e gestos.
18. Surgem prédios que
precisam de pessoas para aperfeiçoar
a espada e a flecha
dos ídolos e guerreiros
descendentes e ancestrais...
19. Precisa-se encontrar urgente,
os tambores velados
e no tempo que passeia e restaura a música.
As pessoas são a senha,
Os vocábulos - as parábolas da cidade.
20. A Cidade não teme, não chora nunca...
não tem pais de famílias construindo barreiras...
Ela disse:
- Um dia todos compreenderão a importância
que se aprofunda em minha alma.
Que gritei contra o inimigo,
que vasculhei o sangue dos guerreiros,
tudo para defendê-los das lágrimas...
- Um dia todos saberão.
Por eles: eu perdoei
e semeei crisântemo nas profundezas
do frio e da fome...
- Um dia conseguirão entender a dimensão
dos versos que fiz:
pelos homens que pari
e os que adorei
tatuar peixes e pássaros...
Edição de imagens:
Shirley Araújo
Texto: Escritos de uma cidade urbana para a eternidade
PARA A ETERNIDADE
1. Nos altos e baixos do clássico cotidiano.
Em vários e um idioma raiz,
nasce uma cidade perto e longe
de mim e de ti.
2. No embarque de ambas - as distâncias
abraçam-se nas folhas das palmeiras, das amendoeiras...
A cidade cruza cabelos e dedos do farol vermelho.
3. No início o baseamento da cidade, tem:
As linhas e o capacete do labirinto.
4. A cidade começa a ser erguida.
Ela disse:
a partir do princípio – as esporas,
os cavalos, os estandartes...
Tudo começa tudo costuma uivar,
quando surge a cidade.
5. De repente as fronteiras semeadas,
vivem lado a lado das árvores, das avenidas,
das galerias, dos ouvidos das gaivotas...
Os espaços começam a tracejarem as ruas.
Que consentem:
O mar inocente, as flores dos corais.
Além, sopro da ilimitada ternura que a abraça.
6. As maquinarias de fazer o cimento.
No mar regenerado constroem pontes e viadutos.
Incluirão sirenes que
abrirão crateras e depois concluirão,
juntos - Águias que sobrevoarão,
as páginas do cotidiano.
7. Os rastros dos faróis
e as travessias das multidões
aglomeram-se nas alamedas
e descobrem, os campos metralhados
pelos seculares esporões dos gaviões .
8. Algum compositor conserva-se
em sentido de alerta:
compõe certos rendimentos de abismos.
Ele disse:
Quem compõe nunca se sente sozinho.
Eu sou poeta, eu sou compositor...
Mas tenho pavor do tempo ditador.
9. Maravilha: Os pés dos aviões tocam
Os peixes, os búzios, os cavalos-marinhos...
no túnel noturno em seus presságios.
10. Na avenida pela calçada -
dois pequenos luminares:
Eles dizem:
Esperamos o tempo
e após o tempo,
a eternidade...
Esperam encontrar,
a bengala e os punhos implacáveis da vida,
como quem imerge no profundo
regato abandonado pelos mares.
11. Engenheiros e arquitetos importados.
Arames metafísicos de uma construção.
Imprimem suas iniciais em bronzes.
Choques de lâmpadas,
Contraturas e telefones,
seguidos de acomodações para heróis.
Um ouvido enorme se arregala
nas veias dos motoristas de ônibus.
É nesse momento que,
imigrantes, sugerem as obras Niemeyer.
12. Imediatos espaços sombrios.
Incluso, aeroportos talados,
geram trombones e túnicas e estátuas...
13. As pálpebras do conhecimento
traçam artifícios.
Elas dizem:
Nenhuma pessoa alçará voo
por sobre a cidade nem
atravessará os bairros iluminados por duas luas.
As crianças brincam de roda,
dançam e cantam no terreiro ao lado.
14. Aparência é um vocábulo dotado de vaidade...
Debruada de esplendor,
a casa tem campainha de cristal
e bicicleta moderna.
15. No caminho, onde não há vento algum,
a carruagem transporta:
A forma humana,
a lamparina,
o crucifixo.
No cerne, em sua expansão – Presságios.
16. Versar coragem,
ruminar elocuções
levar as migalhas dos brotos das fadas,
para o dia seguinte...
17. A fronteira tem
em seu dorso a Rosa dos ventos...
E pergunta: - de onde vem eternidade?
pois está cansada de gritar e gestos.
18. Surgem prédios que
precisam de pessoas para aperfeiçoar
a espada e a flecha
dos ídolos e guerreiros
descendentes e ancestrais...
19. Precisa-se encontrar urgente,
os tambores velados
e no tempo que passeia e restaura a música.
As pessoas são a senha,
Os vocábulos - as parábolas da cidade.
20. A Cidade não teme, não chora nunca...
não tem pais de famílias construindo barreiras...
Ela disse:
- Um dia todos compreenderão a importância
que se aprofunda em minha alma.
Que gritei contra o inimigo,
que vasculhei o sangue dos guerreiros,
tudo para defendê-los das lágrimas...
- Um dia todos saberão.
Por eles: eu perdoei
e semeei crisântemo nas profundezas
do frio e da fome...
- Um dia conseguirão entender a dimensão
dos versos que fiz:
pelos homens que pari
e os que adorei
tatuar peixes e pássaros...
Edição de imagens:
Shirley Araújo
Texto: Escritos de uma cidade urbana para a eternidade