MOMENTO DO GIRASSOL NO JARDIM DO CASTELO






Terminara a adolescência.
Qualquer girassol fecundava anseios.
Tempo feliz, dias de brisas brotando...

Na ocasião, um regato em Lisboa,
pediu-me o amor e seu hálito perfumado.
Era um dia de febre e violino.

A vida corria encarnada,
do fruto ao calcanhar,
tão deliciosa, tão iluminada...
que a chaga no peito,
transportava a luz da lucidez.

Com cheiro de rosas.
O cavaleiro batia à porta do Castelo de Sintra.
Acordava as gravuras enlouquecidas
e sobre o tempo, semeava caules delirantes
e uma promessa, de algum dia,
tornar-se o Senhor Rei do Palácio.

Pela manhã, sempre de armaduras,
colocava seus caçadores a percorrer as torres.
Sem pressas – sem gritos – sem tempestades.

Não conseguia voar,
pois o voar não estava em todo lugar.
Mas, sentia-se feliz,
em entregar o coração,
ao desmesurado infinito...

Vida longa ao rei!
que precisamente planeja desatar o fogo
e num só momento,
colocá-lo no interminável.


:



Ò, tu que assobias nas mãos da tempestade.
Amarras teu navio em qualquer jardim...
bem longe, dos passarinhos e invenções.
E confessas, que foi testemunha de tudo.
Quando tu fizeste, uma dessas viagens a Portugal!



 Edição de imagens:
Shirley Araújo

Texto: Momento do Girassol no jardim do Castelo

ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 23/02/2014
Reeditado em 23/02/2014
Código do texto: T4702558
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