Uma chuvinha teimosa escorre
Pela cidadela dos meus olhos
E desfilam na passarela dos sonhos
Onde os gritos são ouvidos no silêncio
E tira a dor que as vertentes
Dos rios banham um coração vazio
Da emoção que transborda enfim...
Na marquise ensolarada
Do desfiladeiro do coração
Numa clave pesa a dor da não sorte
Do viver sem razão no deserto de mim...
Nas pegadas deixadas como oásis
De um caminhar solitário
Seguindo o caminho do sol.
Voz que se calam no eterno porvir
Donde o não mais existe dor,
No firmamento dos meus negros olhos
Milhões de estrelas brilham
No deserto que dialoga com
O sagrado de si...
Ajoelhando-se em palavras
Grafadas em letras dourada de sol
Num conjugado com vênus
No "é proibido fechar os olhos"
No palco estelar embrionário
Da semente plantada aos pés
Da brisa brumada
"Da beleza d'alma que namora com..."
A vida...
A não sorte de ter perdido o que mais
A alimentava em sua vida suprida de amor.
Hoje, sofre com a partida de quem
Jamais deveria deixar de ter VIDA...