O TEMPO
O TEMPO
Eu venço o tempo
Num galope ligeiro
Do ginete do meu cérebro
Que voa como um relâmpago
Se sobrepondo à idade
Com todos meus pensamentos
Da primavera dos anos
Quando os soldados de chumbo
Se sobrepunham ao smartphone
E por isso ainda hoje
Eu continuo a brincar
Prendendo a vida com flores
E cordas para pular
"Atirando o pau no gato"
Só para ouvir o seu miar
Quem fica sério demais
Cria rugas pra danar
Logo cedo a sua carranca
Vai aos outros espantar
Eu com as minhas brincadeiras
Jogo as rugas para longe
Pra na fornalha queimar
Fornalha no bem-querer
Pro fogo do verbo amar.