50 TONS DE PINGA
(Sócrates Di Lima)

No meu caminho uma cana...
Uma cana no meu caminho,
No passado cana dava pinga,
Hoje, pinga dá cana...
E o pingaiada nunca para,
Cachaceiro nem pensar,
Um nobre consumidor,
Tem sem vicio o seu valor...
Um bom mineiro nunca se embriaga,
Toma cachaça com torresmo,
E continua sempre o mesmo.
E no boteco da vida,
Nas prateleiras do bom gosto,
Cinquenta tons de pinga,
Faz o prazer que a alma cura...
E se um pouco de álcool na pele mata bactéria,
Sem miséria,
Uma garrafa por dia nos faz quase um imortal...
Quem toma uma branquinha,
Sempre dá um gole pro santo,
Mas, não consegue andar na linha,
Ri e canta em todo canto.
Quem bebe pinga se acha filósofo,
Mas, no fundo é um pingófilo...
1 Uma cachaça amansa sogra,
2 Cachaça amansa corno,
3 Garrafada de gas do saco,
4 Cachaça cura veado...
5 Cachaça chora no pau,
6 Cachaça 51,
7 E velho barreiro...
8 Cachaça Parati,
9 Baronesa
10 Cana caiana..
11 Turuna
12 Birita...
13 Ypioca,
14 Boazinha...
15 Pinga fogo
16 Havana
17 Pelé caninha
18 Pitu
19 Moreninha
20 Caninha Piracicaba
21 Serra Limpa
22 Coqueiro
23 Anisio Santiago
24 Volupia
25 GRM
26 Seleta
27 Abaira
28 Lua cheia
29 Mato dentro
30 Corisco
31 Sapucaia
32 Indaiazinha
33 Maria Izabel
34 Piragibana
35 Magnifica
36 Armazem Vieira
37 Casa Bucco
38 Cura tombos
39 Germana
40 Canarinha
41 Vale Verde
42 Reserva do Gerente
43 Joao andante
44 Esfola Candango
45 Alegria de pobre
46 Samburá
47 Cabeça chata
48 Pipa Mineira
49 Salinas
50 Sabor de Minas...
E tantas outras iguais saborosas,
Pinga, cachaça, ou qualquer outro nome,
É brasileira das alterosas,
Cachaça que o bom brasileiro consome.
Para quem toma uma birita,
Não titubeia,
Depende da quantidade que arrebita,
Pra ele não existe mulher feia.
Quem nuna tomou uma dozinha de cachaça,
Não conhece os segredos do amor,
Embriaga a solidão que lhe trapaça,
Chora de amor, sem sentir dor.
Mas também precisa ter cuidado,
Pois fiofó de bêbado não tem dono,
Eu só tomo uma no meu limite marcado,
Pra não cair em desgraça, depois do sono.

Só um pequeno detalhe mas que tem importância na sua vida,
Se você for beber, não dirija e se for dirigir, não beba,
A vida sua e de outros valem muito mais do que o prazer da bebida
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CACHAÇA..PINGA...
 

Além de ser uma bebida leve, revigorante e refrescante, a pinga também é conhecida por outras inúmeras utilidades, difundidas entre o povo. Entre elas podemos destacar:

  • Acendedor de churrasqueira: Basta acender um papel com fogo na churrasqueira e atingi-lo com um esquicho de pinga. As mais indicadas para isso são as marcas de pinga envasadas em garrafas de plástico, como a Pinga Rosa.
  • Antisséptico: A pinga pode ser usada como antisséptico em varias ocasiões, desde cortes e luxações, ate fraturas expostas e cirurgias cerebrais.
  • Anestésico: A pinga foi usada durante muitos anos como o melhor analgésico e anestésico, inclusive para cirurgias.
  • Desencalhador de Baleias e Afrodisiaco: Para as baleias e fubangas que não conseguem fazer sexo com ninguém, a pinga age como ótimo desencalhador, se oferecida em grades quantidades, na forma de embelezador aos homens.
  • Psicólogo engarrafado: Nada como uma boa dose de pinga com seus amigos no balcão do bar para resolver todos os problemas psicológicos, afetivos, cornos e sociais.
  • Desmemorizante: Se você quer esquecer o que pretende fazer numa dada circunstância, pinga em doses cavalares é um santo remédio. Mas lembre-se: em relação àquilo que já fez, o efeito é nulo.
  • Alucinógeno: Há quem garanta que a pinga, ingerida além de uma certa conta, produz sensações e desatinos semelhantes aos do LSD, chá de cogumelo e congêneres.
  • Mediúnico: Para tanto, é preciso beber para cacete. Convém, contudo, não empolgar-se: só baixa exu e, às vezes, pomba-gira.
  • Fortificante Muscular: Quando você quer fazer um grande esforço fisico, seja sendo agressivo com seus amigos, ou fazendo um serviço mais pesado como encanador ou ajudante de pedreiro, a pinga é ideal, devido ao seu alto teor energético.
  • liberador de rosca: Basta alguns copos e pronto, você tem um ataque emo e libera a rosca por aí, é triste, mas cu de bêbado não tem dono...
  • Pega Mulher: Basta um copo e você pega qalqer mulher... basta dois copos e você pega mulher, homem cachorro, sua tia... caso isso acontecer beba 3 copos que você esquece tudo. Vide Garrincha, que bebia com força pra poder encarar a Elza Soares.
  • Encorajador:Algumas doses e qualquer um tem coragem de chamar até o Vanderlei Silva de Filho da Puta.
 
 
O HISTÓRICO DA CACHAÇA EM PARATY

A história da cachaça e a história da cidade de Paraty estão interligadas no cenário histórico, cultural, social e econômico. Ambas se confundem de tal maneira, que é praticamente impossível falar de uma sem se referir a outra.
Não há como se precisar o ano exato do início da fabricação de cachaça no município de Paraty, mas é certo que ela ocorreu no começo do século XVII junto com os primeiros engenhos de cana-de-açúcar.
O solo de Paraty era considerado ideal para a plantação de cana-de-açúcar e a geografia acidentada com numerosos rios facilitava a construção de rodas d’água, indispensável para a moagem, em grande escala, da cana-de-açúcar. Esses elementos transformaram o município no maior centro produtor da bebida durante os períodos colonial e imperial.
A partir do início do século XVIII, com a prospecção do ouro nas minas gerais, Paraty dispunha do único caminho de ligação do Rio de Janeiro às minas e se transformou num dos mais importantes portos do Brasil colônia. A isso se somava a grande produção de aguardente, embarcada para a Europa como aperitivo, levada como dinheiro para compra de escravos na África e transportada para as minas para “alimentar” os escravos.
Em 1805, o Ouvidor Geral José Antonio Valente, nas Providências Administrativas, informa sobre Paraty: “Na agoa ardente tem progresso, e sobre tudo na feitoria que lhe assegura de augumento sete mil réis em pipa sobre as demais. Talvez se descubram, examinando o causal da melhoria, se do terreno, das agoas ou das lenhas ela provém. Deve regular a duas mil e seiscentas pipas por afino, e faz este artigo, 151.200$. Esta resulta de produção calculada”. Isto corresponde a 1.232.000 litros!
Em 1808, a vinda da família real para o Brasil impulsionou o comércio entre Paraty e o Rio de Janeiro, considerando que a abertura dos portos decretada por D. João VI, foi determinante para o incremento da exportação de cachaça.
Em 1820, conforme relato de José de Souza Azevedo Pizarro e Araújo, havia em Paraty 12 engenhos de açúcar e mais de 150 alambiques, com uma população aproximada de 16.000 habitantes.
Dois grandes golpes levaram à decadência da cidade. O primeiro foi a abertura da estrada de ferro D. Pedro II, em 1870, ligando o Vale do Paraíba ao Rio de Janeiro, tornando mais rápido, seguro e barato o transporte do café via ferrovia. O segundo foi a promulgação da Lei Áurea, em 1888, abolindo a escravatura. Paraty dependia muito da mão-de-obra escrava, seja para a lavoura da cana e do café; para os engenhos e alambiques; e até mesmo para a constante manutenção do caminho que cruzava a serra (Caminho do Ouro). Entretanto, em 1908, na Exposição Industrial e Comercial do Rio de Janeiro, a cidade recebeu a Medalha de Ouro com a Pinga Azuladinha, a famosa “azulada do Peroca”.
Em 1997, por iniciativa dos produtores do município que ainda insistiam em se manter nessa atividade, foi firmado um convênio de consultoria entre o Sebrae e a fundação BIO-RIO, visando melhoria do processo de produção e a reestruturação dos engenhos e da produção de cachaça em Paraty.
Com o excelente resultado das atividades desenvolvidas, em 2006, a Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty (APACAP), em parceria com o Ministério da Agricultura, o Sebrae, a UFRRJ, a Prefeitura de Paraty e a Emater, entre outros parceiros, desenvolve um trabalho de melhoria e aumento da produtividade no plantio de cana-de-açúcar no município. Estão sendo identificadas as espécies mais antigas ainda cultivadas na região, análise dos solos das áreas plantadas para identificação das correções necessárias e será implantado um viveiro e mudas para a realização d experimentos de implantação de novas cultivares. Junto a este trabalho, foi desenvolvido a regulamentação do processo de produção da cachaça de Paraty que resultou na certificação, junto ao INPI, da Indicação de Procedência “Paraty” para cachaça.
A Indicação Geográfica de Procedência da cachaça de Paraty vem proteger, preservar e reafirmar a tradição de qualidade e o reconhecimento da importância histórica deste produto que é uma das maiores raízes de Paraty e do Brasil.


CIRCUITO DA CACHAÇA DE PARATY – ALAMBIQUES

1. COQUEIRO
Fazenda Cabral, Cabral, Paraty
Contatos Eduardo ou Ângela | 24 3371.0016 | emello@gmail.com
http://www.cachacacoqueiro.com.br


2. CORISCO
Estrada do Corisquinho s/n, Corisco, Paraty
Contatos Cláudio | 24 3371.0894


3. ENGENHO D’OURO
Estrada Paraty-Cunha km 8, Penha, Paraty
Contatos Norival | 24 9905.8268 | norivalpenhacarneiro@hotmail.com


4. MARÉ CHEIA
Estrada do Jacú s/n, Morro do Jacú, Paraty
Contatos Osmar | 24 3371.9377

5. MARIA IZABEL
Sítio Santo Antônio, Corumbê, Paraty
Contatos Maria Izabel | 24 9999.9908 | contato@mariaizabel.com.br
http://www.mariaizabel.com.br

6. PARATIANA E LABAREDA
Sítio Pedra Branca, Estrada da Pedra Branca km 1, Ponte Branca, Paraty
Contatos Paulo Eduardo ou Case | 24 3371.6329 | cachacaparaty@hotmail.com

7. PEDRA BRANCA
Sítio Pedra Branca, Estrada da Pedra Branca km 1, Ponte Branca, Paraty
Contatos Lúcio | 24 7835.4065 | luciogamafreire@oi.com.br
 
 

02-A CACHAÇA CAMPEÃ DE MINAS GERAIS

O processo de produção de cachaça é bem complexo: passa pelo plantio da cana, esmague, fermentação, destilação, armazenamento e comercialização. E as dificuldades para a produção da bebida vão muito além disso. É o que conta um especialista reconhecido oficialmente na atividade, o agricultor Luiz Flamarion Ferreira Bernardes, que conquistou o primeiro lugar na categoria Premium do 1º Concurso Cachaça de Minas, realizado pela Federação Nacional dos Produtores de Cachaças de Alambique. O que ele tem a ensinar a quem pensa em produzir – e lucrar – com a bebida alcoólica mais brasileira de todas?
Para ele, existem muitos itens importantes na hora de produzir e vender cachaça. O fator que mais agrega valor, para ele, é a qualidade da bebida. E para alcançar estas virtudes que a diferenciam no mercado, Bernardes percorreu um longo caminho. Produtor desde 1983, ele iniciou na atividade sem muito conhecimento, vendendo apenas para as pessoas que iam à sua propriedade, em Ribeirão das Neves/MG. Era apenas mais uma atividade, junto à produção de leite e à plantação de cana, milho e feijão.
  
 
 

A ideia de obter renda da aguardente surgiu a partir de um vizinho, que percebeu o desperdício de cana, utilizada apenas para alimentar o gado durante a época de seca. A cana passou a ser utilizada para a geração de cachaça a partir da montagem, pelo vizinho, de um alambique. Com o parceiro, Bernardes dividia 30% da renda da produção. “Eu entrava com a cana e ele com o alambique”, conta. Com o tempo o agricultor começou a se dar conta de que isso poderia ser um grande negócio. Por volta de 1991, o vizinho abandonou o negócio, e Bernardes começou a frequentar diversos cursos, e por fim se apropriou do alambique.
Mas, para o agricultor, o mais importante foi quando ingressou na faculdade de veterinária na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e passou a aprender sobre microbiologia. “As bactérias agem no caldo da cana. É nessa parte que não se pode descuidar um minuto. Há varias oportunidades para errar”, revela o agricultor, se referindo aos cuidados com higiene e infecções na confecção da bebida. Depois do aperfeiçoamento, ele teve sua primeira produção registrada, em 1997/98, passando a vender a bares e restaurantes. Logo de cara, percebeu o seguinte: “O mercado de cachaças não passa de uma mera repetição e cópia.” Já pensando no marketing, à época, criou o nome Áurea Custódia como marca, porque era o nome da avó e também para ser diferente das demais marcas, que quase sempre usam “de Minas” na denominação. O segundo passo considerado importante por ele foi a reciclagem de garrafas, além de criar uma embalagem que chamasse a atenção.

Garrafa a R$ 80 — Mas a terceira estratégia é considerada crucial por ele: ações de marketing. Segundo o agricultor, ele teve a ideia de fornecer sua cachaça em tonéis de carvalho para os bares. Os recipientes eram postados nos locais mais visíveis dos estabelecimentos. “O tonel se tornava uma peça decorativa para os bares e acabava chamando a atenção. Com isso, consegui fazer com que minha marca e a qualidade fossem reconhecidas”, conta. Os bares não precisavam pagar pelas garrafas, visto que o produto era armazenado nos tonéis doados, e cobrado por litro consumido. “Era uma proposta irrecusável”, conta. Com isso, a propriedade de Bernardes, de aproximadamente 90 hectares, dos quais apenas 12 com cana, passou a se dedicar somente à cachaça. O produto é comercializado em cerca de 90 bares e restaurantes da região metropolitana de Belo Horizonte/MG, que ficam com metade da venda. O restante destinase a eventos. O preço médio de uma garrafa é cerca de R$ 80.
Hoje ele diz que o negócio parou um pouco de se expandir porque as ideias começaram a ficar batidas. Os tonéis foram sendo copiados por concorrentes. No entanto, o agricultor considera como maior problema para a produção o custo com a mão-de-obra. “Os encargos trabalhistas inviabilizam a produção no campo”, lamenta. Outra reclamação é quanto à falta de política agrícola e à tributação da cachaça. “A tributação da cachaça no Brasil é absurda e a política agrícola do país é zero. Simplesmente a cachaça não é vista como um mercado importante para a economia, apesar de ser um alimento”, defende.
Mesmo com as dificuldades, Bernardes acredita que o mercado de cachaça pode crescer muito se houver mais pesquisa e capacitação dos trabalhadores. Ele cita a primeira faculdade da cachaça do país, em Salinas/MG, e as pesquisas do departamento de microbiologia da UFMG como avanços muito importantes para a expansão desse mercado. “Ela já subiu muito de posto, mas tem um longo caminho a percorrer”, adverte.

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Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 22/12/2013
Reeditado em 22/12/2013
Código do texto: T4621851
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