O poeta

O poeta é solitário em seu recinto

Põe-se a pensar no meio da multidão

Tal qual são as vozes que geram alaridos

E acende o mundo sentido da escuridão

Vários sentimentos que querem se tocar

Barcos e velas, sons do vento a enaltecer

Cantam vários verbos que ligam a rimar

Contos que um velho se pôs a contar.

Dias que a natureza se esbalda a inspirar

Sintomas de paixões que chegam devagar

Rostos esquecidos, fácil de lembrar

Corações endurecidos por um silenciar

O poeta então se mistura na imensidão

Que as vozes dizem para ele ouvir

Ele vai por trás dos muros escondidos

Que só seus olhos podem ver e sentir

São decifrados sentimentos ocultos

Dos mais simples aos mais complexos

Tudo fica traduzido num papel branco

Que só o poeta entende os seus nexos

Nada é tão confuso aos seus olhos

Nada é difícil ao seu sentir

Ele sabe usar palavras tão bonitas

Que traduz o passado ao porvir.

Tantas coisas ele pensa escrevendo

Das verdades contidas na sua essência

Num sentido figurado ele transcreve

A qual desmancha na experiência

O poeta não vive calado em si

Ele fala com as letras ao mundo

Sobre tudo e todos que existem

Desse universo fecundo.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 20/12/2013
Código do texto: T4619377
Classificação de conteúdo: seguro