POETA QUE NÃO SE DEIXA MORRER

Um poeta

só lhe resta tão pouco

sobre a escrivaninha

uma folha, linhas

um lápis e um coração.

Tornar mesmo que no vazio

um verso de felicidade

desafio para a humanidade

mas o poeta sabe bem

as notas dessa canção.

Quando a mão segura o lápis

o papel perde espaço

num compasso o branco, vazio

se perde entre tamanha arte

que parte de um sentimento feroz.

Um poeta que sente dor

ainda lhe convém escrever amor

rimar solidão com felicidade

fazer-se feliz num poema

contar sentimento sem contar rancor.

E mesmo que lhe venha as feridas

de uma vida amarga, sem sabor

o poeta, amante da escrivaninha

domina seu mundo e reflete

uma alma de profundo prazer em se ler.

Um retrato na parede

de cores verdejantes

um sorriso cativante

ressalta de um poeta sonhador

que escreve uma vívida cor.

Este que não morre

como as músicas antigas

como as cartas de amor

serenatas e brincadeiras.

Que sempre permanece poético

de coração fértil

ver um mundo triste e ainda

escreve felicidade

poeta de verdade,

história verdadeira.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 15/12/2013
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