POETA QUE NÃO SE DEIXA MORRER
Um poeta
só lhe resta tão pouco
sobre a escrivaninha
uma folha, linhas
um lápis e um coração.
Tornar mesmo que no vazio
um verso de felicidade
desafio para a humanidade
mas o poeta sabe bem
as notas dessa canção.
Quando a mão segura o lápis
o papel perde espaço
num compasso o branco, vazio
se perde entre tamanha arte
que parte de um sentimento feroz.
Um poeta que sente dor
ainda lhe convém escrever amor
rimar solidão com felicidade
fazer-se feliz num poema
contar sentimento sem contar rancor.
E mesmo que lhe venha as feridas
de uma vida amarga, sem sabor
o poeta, amante da escrivaninha
domina seu mundo e reflete
uma alma de profundo prazer em se ler.
Um retrato na parede
de cores verdejantes
um sorriso cativante
ressalta de um poeta sonhador
que escreve uma vívida cor.
Este que não morre
como as músicas antigas
como as cartas de amor
serenatas e brincadeiras.
Que sempre permanece poético
de coração fértil
ver um mundo triste e ainda
escreve felicidade
poeta de verdade,
história verdadeira.