Desenho a carvão
JB Xavier
JB Xavier
MULHER!
JB Xavier
Mulher!
Com que sublimes bênçãos te ungiram o deuses,
Com que canções eles te moldaram a alma?
E para fazer-te assim, de sensibilidade e amor,
Com que suaves acalantos te embalaram as ninfas?
Nasces com o olhar universal,
E segues pela vida abraçando o mundo,
Pondo luz na escuridão da humanidade,
Sussurrando acalantos e oferecendo abraços...
Floresces onde a paisagem murcha,
Sorris onde há estertores,
Ouves uma voz entre o burburinho,
E mesmo recebendo ódios, retribuis em amores...
Mulher, cuja voz é a própria lira de um doce hino,
Cujo sorriso é o encantamento de um destino
Cujo encanto é um portal do paraíso,
Ah! mulher, ao teu lado, serei sempre só um menino...
Consegues reter a eternidade num segundo,
Caminhar por onde ninguém habita,
Esperar onde a impaciência viceja,
E murmurar, quando o mundo inteiro grita...
Mulher, em cujo colo repousa uma oração;
de cujos braços fazes uma ermida,
em cujo coração cabe sempre outro coração
Tu insuflas alegria onde já nem existe vida!
És o sagrado intocável, num universo profano,
És a verdade onde impera o engano,
És o equilíbrio, e com todos estes dons teus,
O que podes ser, senão uma extensão de Deus?
* * *