Um rio não corre para trás.

Eu me entreguei, a ela, completamente.

Estava perdidamente apaixonado, por ela, realmente.

Cego, surdo, mudo, caído aos pés dela.

O meu mundo, minha paixão, minha vida, era ela.

O meu sentimento por ela, era uma rocha.

O meu ciúme por ela, era ponderável.

E o meu olhar carinhoso, a enchia, como um banquete.

O meu espírito a procurou,

mas... quem a encontrou, foi o meu coração.

Eu, a conhecí no pecado, mas lhe dei o meu perdão.

Fui um sonhador, pensando estar acompanhado.

Mas descobri, que estava sozinho, ao seu lado.

O tempo foi passando, eu correndo, a idolatrando.

Me perdendo, lhe perdendo, tudo acabando.

Ela saiu da minha vida com um raio, um furacão.

Deixando para trás, um rio de saudades no meu coração.

Tive que secar as minhas lágrimas ardentes.

Tive que apagar aos poucos as chamas de um ex-amor.

Tive que reaprender a viver, para não morrer.

Tive que levantar do chão, sozinho.

Tive que buscar um outro amor, em outro caminho.

O rio voltou a correr, o sol apareceu, o vento, a luz do luar.

A chuva veio e lavou o restante da saudade.

O cantar dos pássaros, me devolveu a felicidade.

E quando ela me procurou, outra vez.

Percebeu aí, todo o mal que me fez.

Me prometeu mundos e fundos, todos os sonhos.

Me pediu perdão, mais uma vez, e eu, a perdoei.

Mas um rio não corre para trás.

E voltar àquela vida de desencontros, com ela.

Jamais...

Um rio não corre para trás.

Manaus, 27 de novembro de 2013.

Marcos Antonio Costa da Silva