NO AZUL DO CÉU
(Sócrates Di Lima)
Todo azul do céu,
para eu voar,
Todo azul do mar ao léu,
para eu navegar....
Todo azul da alma,
Para eu sorrir,
Com minha fé e calma,
E em doce porvir.
Toda alma em cor,
E coração em clamor,
Se abrindo em flor,
Mas, vazio, hoje sem amor.
Toda alma que amei,
Para um lugarzinho lá no fundo,
Guardei,
E o coração, se fez tão profundo.
Já não tenho razóes para chorar,
Nem, emoções para vibrar,
Somenta o céu azul para voar,
E o mar profundo para marujar.
No azul do céu,
Pássaros a me olhar,
Eu sem asas e sem troféu,
Aquela liberdade a desejar.
Nada levo deste mundo,
Tudo guardo em meu coração,
Nada hoje é tão fecundo,
Do que um querer em embrião.
E quem eu amei, por ora,
Guardo comigo,
Segredos que agora,
Revelam meu castigo.
E como espelho d'água,
Minha alma refelte em algum olhar,
E se esse olhar em mim desaguá,
Talvez meu coração queira amar.
Não tenho vínculo afetivo com ninguem,
Sigo a minha estrada só...
Por isso todo azul do céu e mar me faz bem,
Sem asas, em meio aos ventos, voo nele feito pó.