Madrugada

Passa lenta a madrugada
Passa a palavra ardida
Que fere a funda ferida
Aberta antes de mim

Vai-se a mágoa, o sentimento
Nas águas do lado as furnas
A festa da luz divina
O ordem determinada
A chuva da Santa Graça
Nas colinas do receio
Momento de comunhão
Quando os anjos se desvelam
Amplos campos de algodão
Infinito canavial
A chuva que vem molhar
Cavalos sem sua selas
Telhados sem seus beirais.

E Jesus desce da cruz
Para nos salvar

Nos braços de sua mãe
Nos braços do Cristo morto
A procissão vai passar.

Roberto Gonçalves

 
RG
Enviado por RG em 29/10/2013
Código do texto: T4546862
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