Mestre sapateiro
Passa o mestre sapateiro
A sovela a sovelar
Passa o José carpinteiro
Com vergonha do seu nome
Um serrote e um martelo
Passa o menino corrido
Esquecendo o bê-a-bá
E vai morrendo de fome
Arroz-doce, mungunzá
Passa o padre derradeiro
Para os prazeres provar
Passa velha rezadeira
Murmurando as vespertinas
A vúva deserdada
A adúltera cristã
Passa a horda dos arcanjos
E a legião dos soldados
Passa a louca desvairada
O vadio embriagado
Passa o judeu errante
O abafador a matar
O protestante a reler
Palavras em livro preto
Promessa de turmalina
Na névoa desta manhã.
Roberto Gonçalves
Passa o mestre sapateiro
A sovela a sovelar
Passa o José carpinteiro
Com vergonha do seu nome
Um serrote e um martelo
Passa o menino corrido
Esquecendo o bê-a-bá
E vai morrendo de fome
Arroz-doce, mungunzá
Passa o padre derradeiro
Para os prazeres provar
Passa velha rezadeira
Murmurando as vespertinas
A vúva deserdada
A adúltera cristã
Passa a horda dos arcanjos
E a legião dos soldados
Passa a louca desvairada
O vadio embriagado
Passa o judeu errante
O abafador a matar
O protestante a reler
Palavras em livro preto
Promessa de turmalina
Na névoa desta manhã.
Roberto Gonçalves