Menina pálida
Viste a menina pálida
Que ao baile não foi bailar?
Chorou toda a madrugada
Desmaiada no despaldar
Sapatinho de veludo
Mamãe me mandou ficar
Veio o moço capa e espada
Veio o ímpeto do dia
O travesseiro de pena
E toda a melancolia
Da janela sempre aberta
Passando a vida acolá
"O amor já é de si
Um grande arrependimeno"
Debruçada no convento
Só não passa pensamento
Devaneio enfim não passa
E a chama que sempre arde
Ela reza e quer amar
Mas o amor não permite
Porque vive no limite
Abnegado tormento
O lamento não aceita
Não suporta a gelidez
De um vento sublunar
Receita de pão-de-ló
Forno de rosca caseira
Menina despedaçada
Bordando pano de prato
O pé fora do sapato
O tapete a desfiar
O tapete dos meus sonhos
Teus pés a cariciar
Passarei, tu pasarás
Passaremos para trás
À sombra do tamarindo
Debaixo dos bananais
Passaremos, passareis
Cada um tem sua vez
Roberto Gonçalves
Viste a menina pálida
Que ao baile não foi bailar?
Chorou toda a madrugada
Desmaiada no despaldar
Sapatinho de veludo
Mamãe me mandou ficar
Veio o moço capa e espada
Veio o ímpeto do dia
O travesseiro de pena
E toda a melancolia
Da janela sempre aberta
Passando a vida acolá
"O amor já é de si
Um grande arrependimeno"
Debruçada no convento
Só não passa pensamento
Devaneio enfim não passa
E a chama que sempre arde
Ela reza e quer amar
Mas o amor não permite
Porque vive no limite
Abnegado tormento
O lamento não aceita
Não suporta a gelidez
De um vento sublunar
Receita de pão-de-ló
Forno de rosca caseira
Menina despedaçada
Bordando pano de prato
O pé fora do sapato
O tapete a desfiar
O tapete dos meus sonhos
Teus pés a cariciar
Passarei, tu pasarás
Passaremos para trás
À sombra do tamarindo
Debaixo dos bananais
Passaremos, passareis
Cada um tem sua vez
Roberto Gonçalves