Desculpa aí!

 
Nem sei se era noite ou dia
Se foi na seca ou se chovia
Mas lembro exatamente o que senti
Quando lhe vi

E minha vida que seguia tão certinha
Vagão de trem que só transita sobre a linha
Sob o impacto da paixão que despertou
Descarrilou

De repente, não havia mais amarras
Tirando, é claro, a avidez de suas garras
Em meio às nuvens, minha vida fez morada
Tão enganada

Foi feio o tombo que eu levei de lá de cima
Perdi o ritmo, quebrei o verso, errei a rima
Foi tanta dor que eu pensei que morreria
E você ria

Mas não morri. Morrer de amor é meio brega
Aos poucos, vi a luz. Não sou mais cega.
Desculpa aí, é imperioso lhe falar
Melhor sentar

De todo o tudo que pra mim foi nossa história
Ficou bem pouco, quase nada na memória
E só agora, desde o dia em que eu lhe quis
Estou feliz

 

Este texto faz parte do Exercício Criativo - Desculpa Aí
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