Sabor

I

Bate em minha pele o vento da liberdade

Já que o tempo atendeu meu apelo

E derrubou uma barreira ou parede

Que me impedia de senti-lo.

II

Vejo um arco-íris de coragem

Já que a água refletiu uma imagem

Que representava minha felicidade

Pois outrora o que era refletido nas cores

Era algo embaçado e sem originalidade

Mas agora, despertei com as luzes

Que iluminam minha vida e tomam forma

Para nunca mais voltar ao preto do coma.

III

Ouço uma melodia em composição

Que nesse momento me penetra

Furando minha carne com sua letra

Esquartejando minha alma sem compaixão

Fazendo que meu espirito chore e grite

Castigando-me para me sentir real novamente.

IV

Sinto o perfume das flores que habitam em mim

Que a muito não desabrochavam

Pois insistia em fertiliza-las

Com muito estrume em vez de rega-las

Mas agora a essência volta ao meu jardim.

V

E depois de limpar as merdas em meu jardim

Para voltar a sentir o aroma das flores em mim

Depois do tempo derrubar todas as barreiras

Para me fazer sentir o vento de novas fronteiras

De ver refletir no arco-íris as cores do meu dilema

Para nunca mais entrar em coma

Depois de ouvir uma bela canção

Para castigar meu espirito sem compaixão

Posso agora depois de tudo isso, degustar

O verdadeiro sabor de amar.