CADÊ?

Tempo esperto esse,

Tem pressa em passar.

Passam os dias e as noites,

E eu aqui a me perguntar:

Cadê os quarenta e um,

Que o calendário teima em marcar?

Avisando o somatório de anos,

Minha idade a revelar.

Na cabeça não estão,

No corpo não encontro.

Será que estão nas rugas?

Que rugas? Nem conto.

Ou talvez estejam nas gordurinhas,

Que vão chegando sem convite.

Vejo-as como lipídios bons,

Dando-me charme, imagine.

Podem estar nos fios brancos,

Dos cabelos que moldam o rosto.

Impossível, pois não tenho nenhum,

Vou demorar encontrar, aposto.

Ah, devem estar na experiência,

De vida adquirida.

Buscando sempre ser feliz,

Isto sim é a vida.

Idade é um estado de espírito,

O meu nunca passou dos vinte.

Quero ficar velhinha na idade,

E manter-me sempre no pique.

Me sinto na flor da idade,

Como dizem os mais antigos.

Acomodar-se e se lamentar,

Isso não combina comigo.

Tenho Deus vivo em mim,

Uma família maravilhosa.

Amigos que me amam,

Gente, sou poderosa.

Já fiz tanto nesta vida,

Mas muito ainda quero fazer.

E faço!!!

Mas só se for com você.